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Clareamento dentário - o que precisamos saber

A cor dos dentes tem sido citada como um dos principais fatores de insatisfação com o sorriso, principalmente nos jovens. Na mesma proporção, o clareamento tem se tornado um dos procedimentos estéticos que atingem maior resultado nos pacientes. No entanto, a avaliação dos traços de personalidade, impacto psicossocial e qualidade de vida dos pacientes submetidos ao clareamento dental é muito importante (Samorodnitzky-Naveh GR; 2007).Os profissionais da Odontologia e os pacientes investem tempo e dinheiro na tentativa de evitar o escurecimento dos dentes ou, se já tiver acontecido, reduzir ou eliminar essas alterações de cor. Desde meados do século XIX, há relatos que descrevem os esforços empreendidos para se conseguir um método eficaz de clareamento de dentes não vitais: cloreto de cal e solução de Labarraque (hidroclorito de cálcio e ácido acético) foram propostos como possíveis tratamentos. A maioria dos compostos eram agentes oxidantes que agiam direta ou indiretamente sobre a porção orgânica das manchas do dente (Alqahtani MQ; 2014).

 

Tipos de manchas dentárias

 


Manchas dentárias intrínsecas: A cor intrínseca do dente está associada às propriedades de dispersão e absorção da luz do esmalte e da dentina. Esse tipo de descoloração ocorre quando uma mudança na composição estrutural ou espessura dos tecidos dentinários aparece durante o desenvolvimento do dente ou após a erupção. Vários distúrbios metabólicos promovem a descoloração dos dentes (como a hiperrubilemia congênita). A cor dos dentes também pode ser induzida por tratamentos médicos, como o uso do antibiótico tetraciclina. Doenças hereditárias (dentinogênese imperfeita) e idiopáticas (hipomineralização) também podem ser as causas da descoloração dos dentes. Outro subgrupo de causas de descoloração são as traumáticas (hemorragia pulpar) (Manuel ST; 2010).

 

Manchas extrínsecas: As manchas extrínsecas da superfície dos dentes podem se causadas por:

-taninos encontrados no chá, café e outras bebidas

-tabagismo;

-higiene bucal deficiente tendo como consequência o acúmulo de placa, cálculo e partículas de alimento;

- enxaguatórios bucais com cloreto de cetilpiridínio e enxaguatórios bucais com clorexidina que são mais eficazes no controle de placa e gengivite, mas causam a maior deposição de manchas extrínsecas (Rodríguez-Martínez J.et al; 2019).

Além das descolorações intrínsecas e extrínsecas explicadas anteriormente, existe uma terceira categoria chamada descoloração interna. Esse tipo de coloração dentária é produzida pela incorporação de manchas extrínsecas dentro da estrutura dentária por meio de defeitos de esmalte. As rotas pelas quais os pigmentos podem ser internalizados são defeitos de desenvolvimento ou adquiridos (desgaste dentário, recessão gengival, cárie dentária ou materiais restauradores) (Kidd EA et al; 1990).

 

As formas de clareamento podem ser divididas em:



 

Caseiras: O clareamento caseiro consiste na moldagem do paciente no consultório e confecção de moldeiras que o paciente utilizará com os géis de clareamento. Esses tipos de produtos estão disponíveis comercialmente, são fáceis de usar e são relativamente econômicos. Geralmente, as instruções do produto recomendam duas aplicações por dia com duração de 30 minutos a 2 horas ou uma aplicação noturna. As concentrações do agente oxidante são menores que os tratamentos em consultório, por exemplo, 5% a 22% para o peróxido de carbamida e 6% a 15% para o peróxido de hidrogênio. Com esses sistemas, o tempo de consultório é reduzido. No entanto, o clareamento caseiro requer um número maior de etapas para obter sucesso, que inclui moldagens a serem realizadas no consultório. O paciente deve ser instruído sobre como colocar o gel clareador nas moldeiras e como remover o excesso de gel após a inserção. Além disso, o comprometimento do paciente é necessário para resultados ideais. Normalmente, o tratamento demora 6 semanas, independente da concentração e do tipo de peróxido usado. Além disso, o peróxido de carbamida é mais adequado para aplicações noturnas devido à sua maior estabilidade (Matis BA et al; 2000; Rodríguez-Martínez J.et al; 2019).

 


De consultório: Os sistemas de clareamento em consultório se caracterizam pelo uso de altas concentrações de agentes oxidantes durante curtos períodos de tempo, por exemplo, peróxido de hidrogênio 25% e 35%. Devido ao uso de altas concentrações, o restante da boca deve ser protegido. As vantagens dos tratamentos em consultório incluem dependência mínima da adesão do paciente e resultados visíveis imediatos, que podem aparecer após 30 ou 60 minutos de aplicação, mas podem exigir várias aplicações para obter um efeito de clareamento ideal. No entanto, os sistemas de clareamento em consultório também têm desvantagens, como maior custo, o tempo na cadeira, a possível necessidade de combinar esses procedimentos com os sistemas de clareamento domiciliar e o aparecimento de efeitos indesejáveis como a hipersensibilidade dentária (de Almeida LCAG; 2012; Rodríguez-Martínez J.et al; 2019).

Existem produtos no mercado que podem ser adquiridos sem a supervisão do dentista, e os pacientes estão usando esses sistemas cada vez mais. Os produtos incluem cremes dentais, tiras e géis e enxágues clareadores. No entanto, estes produtos têm um potencial de branqueamento baixo em comparação com produtos prescritos profissionalmente e tratamentos em consultório. Isso se deve ao uso de menores concentrações de agente clareador, redução da exposição e do tempo de contato. Portanto, os produtos devem ser usados por um longo período para algum resultado. Outra desvantagem desses sistemas é que as pessoas os usam sem diagnóstico da descoloração dos dentes. Como podem ser comprados e usados indiscriminadamente, seu uso pode ser impróprio. Além disso, o restante dos peróxidos de um produto pode ter efeitos negativos na adesão de restaurações de resina composta. Portanto, os dentistas devem saber se o paciente fez uso de um tratamento de clareamento e quão recente é esse tratamento, e esse monitoramento pode ser mais difícil no caso desses sistemas (Karadas M, Duymus ZY;2015).

Na maioria dos casos, a melhor opção é a combinação de diferentes sistemas de clareamento. Por exemplo, produtos para uso em consultório podem ser o complemento perfeito para tratamentos em casa. Esta é a combinação usada geralmente pelas pessoas que não encontram tempo para ir ao dentista. Hoje em dia, muitos problemas nos casos de clareamento dental são gerenciados, como a hipersensibilidade dentária. Além disso, os tratamentos de clareamento dentário estão em um processo de renovação contínua, o que na maioria das vezes é motivado para reduzir os problemas associados aos tratamentos atuais (Carey CM; 2014).

 

Problemas

 


Um dos maiores e mais comuns efeitos colaterais dos tratamentos clareadores é a hipersensibilidade dentária, por ser dolorosa e persistente, leva à interrupção do tratamento. Diferentes mecanismos são propostos para explicar a hipersensibilidade dentária, mas esse fenômeno não é totalmente compreendido. Pode ser devido a movimentos de fluidos dentro dos túbulos dentinários detectados por terminações nervosas perto da dentina. Além disso, resultados contraditórios em diferentes estudos de tratamento de clareamento foram publicados com relação à incidência de hipersensibilidade dentária (Kwon SR; 2015). Diferentes compostos têm sido adicionados aos géis clareadores dentais com o objetivo de melhorá-los e reduzir ou eliminar a hipersensibilidade dentária. O nitrato de potássio e o fosfato de cálcio amorfo (ACP) foram identificados como agentes capazes de reduzir a hipersensibilidade (Rodríguez-Martínez J.et al; 2019).

Outro problema associado ao clareamento é a irritação gengival que pode ser desenvolvida devido às espécies de radicais livres oriundos dos agentes oxidantes. Portanto, é necessário prevenir irritações decorrentes dos tratamentos clareadores. Se o agente clareador for ingerido, pode produzir dor gástrica, sem consequências graves (Sarrett DC; 2002).

 

Conclusão

 


As causas das manchas nos dentes são muito variadas em cada paciente, por isso é muito importante estudá-las para um melhor diagnóstico e poder selecionar o melhor tratamento. Existe uma grande variedade de sistemas de clareamento baseados em diferentes agentes clareadores, concentrações, formas de aplicação ou periodicidade. Geralmente, a melhor opção é a combinação de grupos diferentes. Todos os sistemas de clareamento têm problemas comumente associados, sendo a hipersensibilidade dentária o problema mais característico. Atualmente, os novos tratamentos de clareamento dentário estão em processo de renovação contínua. Muitos deles são desenvolvidos para diminuir os problemas associados. Porém, as estratégias atuais para evitar esses efeitos colaterais não são totalmente eficazes e ainda precisam ser otimizadas. Portanto, esforços adicionais são necessários para alcançar tratamentos de clareamento mais eficazes e eficientes sem causar qualquer dano.

Referências

Alqahtani MQ. Tooth-bleaching procedures and their controversial effects: A literature review. Saudi Dent J. 2014 Apr;26(2):33-46.

 

Carey CM. Tooth whitening: what we now know. J Evid Based Dent Pract. 2014;14:70-76.

De AlmeidaLCAG, Costa CAS, Riehl H, dos Santos P, Sundfeld RH, Briso AL. Occurrence of sensitivity during at-home and in-office tooth bleaching therapies with or without use of light sources. Acta Odontol Latinoam. 2012;25:3-8.

Karadas M, Duymus ZY. In vitro evaluation of the efficacy of different over-the-counter products on tooth whitening. Braz Dent J. 2015;26:373-377.

Kidd EA, Joyston-Bechal S, Smith MM. Staining of residual caries under freshly-packed amalgam restorations exposed to tea/- chlorhexidine in vitro. Int Dent J. 1990;40:219-224.

Kwon SR, Wertz PW. Review of the mechanism of tooth whitening. J Esthet Restor Dent. 2015;27:240-257.

Matis BA, Mousa HN, Cochran MA, Eckert GJ. Clinical evaluation of bleaching agents of different concentrations. Quintessence Int. 2000; 31:303-310.

Manuel ST, Abhishek P, Kundabala M. Etiology of tooth discoloration—a review. Nig Dent J. 2010;18:56-63.

Rodríguez-Martínez J, Valiente M, Sánchez-Martín MJ. Tooth whitening: From the established treatments to novel approaches to prevent side effects. J Esthet Restor Dent. 2019 Sep;31(5):431-440. doi: 10.1111/jerd.12519. Epub 2019 Aug 25.

Samorodnitzky-Naveh GR, Geiger SB, Levin L. Patients’ satisfaction with dental esthetics. J Am Dent Assoc. 2007;138(6):805–8.

Sarrett DC. Tooth whitening today. J Am Dent Assoc. 2002;133: 1535-1538.

 


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